terça-feira, setembro 07, 2010

segunda-feira, agosto 16, 2010

GRAFFITI










Música: Júlio Pereira
Letra: Tiago Torres da Silva
Desenhos: Tiago Taron












LÁGRIMAS DE MADRID
Letra: Tiago Torres da Silva/ Música: Júlio Pereira
Intérprete: Olga Cerpa

una mañana más
una copa demás
una mirada más
un nuevo guión

más... um poquito más
un pensamiento más
la falta de compás
en una canción

con una sonrisa
te quiero
con una sonrisa
te dejo
y te robo la lágrima que intento callar
desde que te conoci

anoche me olvidé
de aquello que empecé
cuándo vi que no sé
a quien desear

poco a poco, sali
de las calles de aquí
el sudor de Madri
tiene algo de mar...

pasé la noche entera
buscando el placer
pasé la noche entera
sin ti
pasé la vida entera
buscando el placer
y en la vida entera
llamé por ti


MAGIA IMAGINAÇÃO
Letra: Tiago Torres da Silva/ Música: Júlio Pereira
Intérprete: Maria João

Na  primeira manhã, quem vem lá?, quem tem medo?
Meu nome é Peter Pan, mas pra já  é segredo
A magia, a imaginação
Que eu trazia na minha mão

Na manhã a seguir, o lugar, o segundo
Sou de Alcácer-Quibir, sou do mar, sou do mundo
A magia, as voltas do Marão          
Que eu trazia no meu refrão

Não sei pedir-te por favor
Só te sei falar
Com gestos e com palavrões
E seja lá isso o que for
Eu não vou ficar
A falar com os meus botões

A magia, a imaginação
Que eu trazia na minha mão

Na terceira manhã, o olhar, o chuveiro
Vou morder a maçã, vou estudar o teu cheiro
A magia, a força de Sansão
Que eu trazia no coração


DEBAIXO DA LÍNGUA
Letra: Tiago Torres da Silva/ Música: Júlio Pereira
Intérprete: Marisa Liz













Eu às vezes não sei o que hei-de dizer
sou refém da palavra que me quer fugir
prendo o salto no verbo que deve ser
ou tropeço no nome a seguir

'stá debaixo da língua
brincando às 'scondidas com o coração
'stá debaixo da língua
parece que vai aparecer ou parece que não

e depois... e porém... e não sei... talvez
fico muda... repito tim-tim-por tim-tim
sinto o chão a tremer debaixo dos pés
e gaguejo ou qualquer coisa assim

'stá debaixo da língua
tão longe e quem sabe ao alcance da mão
'stá debaixo da língua
parece que já me lembrei ou parece que não

(desato a rir
não lembro de mais nada
eu desato a rir
o fio escapa à meada
eu desato a rir
e sim, e coisa e tal
eu sei lá)

sobe o pano, o actor quando cai em si
não se lembra da fala e não sabe o que é
fecha os olhos, diz “to be or not to be”
e o público aplaude de pé

'stá debaixo da língua
atada à cortina e ao projector
'stá debaixo da língua
talvez amanhã ela volte a ligar ao actor

(desato a rir
não lembro de mais nada
eu desato a rir
o fio escapa à meada
eu desato a rir
e sim e coisa e tal
eu sei lá)


CASA DAS HISTÓRIAS para Paula rego
Letra: Tiago Torres da Silva/ Música: Júlio Pereira
Intérprete: Manuela Azevedo

Sei que existe um lugar
entre a noite e a luz
onde os meninos andam nús
dentro e fora do mar

Há um gato a tocar
há um cão que é mulher
e um corvo a querer voar
de um desenho qualquer

Uma casa no campo
uma voz, um centauro
e as asas de um anjo
que as bruxas quiseram tecer ao contrário

A rapariga tem
que engolir sem um ai
mais um pássaro que é também
o seu filho e o seu pai

No jardim de Crivelli
ao som de traviattas
os meninos perdidos
descansam no colo gentil dos piratas

Onde estás?
quem me faz
um feitiço?

O macaco vermelho
vai batendo à mulher
e eu vejo-me ao espelho
será que o macaco irá morrer velho?


DIZ QUE DIZ
Letra: Tiago Torres da Silva/ Música: Júlio Pereira
Intérprete: Sara Tavares












Diz quem sabe que o calor vai aumentar
diz quem pode que os impostos vão subir
e a gente a duvidar
se foi isto que Deus quis
ou é o refrão que ao chegar
diz que diz

Fala quem fala e quem sempre falou
fala quem gosta de falar
e a vizinha que jamais se calou
diz que me viu a namorar
que o sol se apagou
o tempo mudou
o mundo acabou

Diz o povo que o futuro vai chegar
diz a sorte que o senão vem a seguir
e a gente a perguntar
se não dá pra ser feliz
ou é o refrão que ao chegar
pede bis

Fala quem fala e quem sempre falou
fala quem gosta de falar
e a vizinha que jamais se calou
diz que me viu a namorar
o dia voltou
o tempo passou
o mundo girou


FITISERA DI KLARIDON
Letra: Tiago Torres da Silva/ Música: Júlio Pereira
Intérprete: Nancy Vieira













ó alma stranhu,ó flor di séu
ó vos dI nha boka
ligria e bu mon na di meu
na pás y na rávolta

ken ki ka ten dór
ken ki ri di tras
ken ki ri midjor
ka ta txora

odju kastánhu, odju di amor
se sinturinha sabi
róstu rodóndu, boka di flor
pa bo papiar doxi

ken ki ka ten dór
ken ki ri di tras
ken ki ri midjor
ka ta txora

kada un kon se mudjer
pa badja y canta
kada un kon otu korasón
lua xeia 'stá na séu
y mudjer ta bira
fitisera di klaridon

bejus, abrásus, rispirason
y un noti strélado
sonbras, ralánpus y kóre mon
na un korpu enkantádo

ken ki ka ten dór
ken ki ri di tras
ken ki ri midjor
ka ta txora


O QUE EU QUISER
Letra: Tiago Torres da Silva/ Música: Júlio Pereira
Intérprete: Dulce Pontes

Quem acorda mais cedo vai vender saúde
e quem vai dormir cedo há-de crescer
o que será de mim que tenho por virtude
ver o sol avisar que vai nascer?

Não vou ouvir
o que ninguém diz
e vou dormir
quando eu quiser

grão a grão a galinha vai enchendo o papo
e eu fico a pensar o tempo inteiro
o que será de quem dá tudo por um trapo
ao chegarem os saldos de janeiro?

Não vou ouvir
o que ninguém diz
e vou vestir
o que eu quiser

ando sob a chuva porque eu quero andar
grito porque é moda proibir gritar
eu não sei... eu não sou... mas quando olho para mim
não cheguei... não vou... mas eu estou bem assim

se quem semeia ventos colhe tempestades
eu prefiro plantar mil furacões

não vou ligar
ao que ninguém diz
e vou fazer
o que eu quiser

o que eu quiser!


UM FINAL FELIZ
Letra: Tiago Torres da Silva/ Música: Júlio Pereira
Intérprete: Sofia Vitória














Ruas por andar
Poemas que não li
Não penso em acabar
Aqui

Tenho medo de ir
Não sei se sou capaz
E o tempo a sorrir
Por trás

Onde a porca torce o rabo
É na sorte e no azar
Porque eu sinto que me acabo
Quando estou a começar...

… o meu jornal
O mundo por um triz
Mas vai ter um final
Feliz

A dor e o prazer
Um dia vão ter fim
Só que eu não vou viver
Assim

Onde a porca torce o rabo
É na sorte e no azar
Porque eu sinto que me acabo
Quando estou a começar

Aquém ou além
Aqui ou ali
Alguém ou ninguém
Por mim ou por ti
Da terra ou do mar
Ser um ou ser dois
Comer ou calar

A dor e o prazer
Um dia vão ter fim
Só que eu não vou viver
Assim

Ruas por andar
Poemas que não li
Não penso em acabar
Aqui

Onde a porca torce o rabo
É na sorte e no azar
Porque eu sinto que me acabo
Quando estou a começar

Aquém ou além
Aqui ou ali
Alguém ou ninguém
Por mim ou por ti
Da terra ou do mar
Ser um ou ser dois
Comer ou calar
Agora ou depois...


MUROS DE BERLIM
Letra: Tiago Torres da Silva/ Música: Júlio Pereira
Intérprete: Filipa Pais













O meu nome foi pintado
Sobre os muros de Berlim
O nome que me foi dado
Foi grafittado em latim
E não foi apagado
Nunca vai ter fim
Está por todo o lado
Só não está em mim

Nas paredes de Lisboa
Nos telhados pendurado
Nas cavernas de Foz Côa
Nos grafittis do Chiado
Um nome de pessoa
Que ao ser recordado
Deixa a alma à-toa
Do seu próprio fado

Talvez a gente acredite
Que o muro foi derrubado
A alma é um grafitti
Nas nossas mãos desenhado
O sonho é que permite
Que um muro caiado
Tenha por limite
O céu grafittado


É UM DIA SIM, É UM DIA NÃO
Letra: Tiago Torres da Silva/ Música: Júlio Pereira
Intérprete: Luanda Cozetti












E aí?
O avião abranda
A saudade voa
O medo ciranda
Sou uma pessoa
Sul-americana
Bom dia, Lisboa
Meu nome é Luanda

tudo igual
o chôpe na pressão
a imperial
arroz e feijão
Brasil, portugal
a mesma nação
o Senhor do Bonfim
feito uma canção

E aí?
Cadê o pessoal?
O índio tupi?
O hino nacional?
O voo do colibri?
Etcétera e tal…
Cadê o Cariri?
Cadê o Carnaval?

É um dia sim, é um dia não

É o guaraná
É o metrô
Mas a festa, oh pá,
Não acabou
Salve Iemanjá
Oxum e Xangô
A flor do alecrim
Jamais murchou

É um dia sim, é um dia não
É o pé que dança o baião
É um dia sim, é um dia não
É a cara do furacão
É um dia sim, é um dia não
É o pé que dança o baião
É um dia sim, é um dia não
É a voz que canta com paixão

O Cais do Sodré
Fado maior
O samba no pé
O meu suor
Trabalho pra ter
Um mundo melhor
Que vai do Abaeté
A Montemor

Me sinto mais viva
Não sei porquê
Misturo a saliva
Com você
E viro nativa
De um lugar… cadê?
Filha adoptiva
Do prazer



* Fotos de João Passos

segunda-feira, janeiro 25, 2010

Voltarei à minha terra

VOLTAREI À MINHA TERRA
Letra:Tiago Torres da Silva/ Música: Armandinho
Arranjo: Pedro Jóia

Intérprete: Tereza Salgueiro

Voltarei à minha terra
quando já estiver cansada
do destino que me leva
a andar de estrada em estrada

por enquanto eu adivinho:
este destino que pra mim escolhi
vai chegando de mansinho
quando eu descubro o caminho
que me vai levar a ti

minha terra é a distãncia
minha casa é o segundo
em que eu lembro aquela ânsia
que me chega da infância
e me leva pelo mundo

por isso é que sou menina
e não vou mudar de idade
chamo terra à minha sina
e chamo casa à saudade

se o relógio se adianta
prende-me o fado à garganta
e obriga-me a cantar
como se a qualquer momento
se escutasse a voz do vento
nas profundezas do mar

mas se o ponteiro se atrasa
chamo terra e chamo casa
ao antes e ao depois,
quando seguimos sozinhos
vamos abrindo caminhos
onde às vezes cabem dois

Sapatilhas de ponta

SAPATILHAS DE PONTA
Letra: Tiago Torres da Silva/ Música: Olivia Byington

Intérprete: Olivia Byington

Sapatilhas de ponta amarradas
Às pernas sem cor de uma cadeira
Fotos pelo tempo autografadas
Lágrima a arder na geladeira

Mais... querem mais...
Teias de aranha
E os recortes dos jornais
Da turnê que um dia fez a Espanha

Palmas são varridas da ribalta
Traças adormecem na cortina
Roseira a nascer na esquerda-alta
Pétalas dos pés da bailarina

Bravo... gritam bravo...
Ensaio geral
E uma caixa com um cravo
Da turnê que fez a Portugal

Sono que aparece de repente
Os nervos de uma noite de estréia
E a bengala que lhe ampara a mente
Caída no fundo da platéia
Do abismo, da saudade, do sorriso, da esperança

Ela ergue o corpo sorridente
Certa que o seu sonho ainda dança

Bis... pedem bis...
Voz de poeira
E as insónias de uma atriz
Bailam no seu sonho a noite inteira

Até Lisboa


ATÉ LISBOA
Letra: Tiago Torres da Silva/ Música: Olivia Byington

Intérprete: Olivia Byington

Luz
Onde o Tejo vai refletindo
A ilusão do mar
A oração do mar
Lembrando talvez com saudade
a eternidade
de ser luz
quando a luz é uma cidade
de ser mãe
de ser luar

o céu
o olhar
a luz
o rio
o mar

navegando
relembrando
inventando
a cidade

O mar é minha hora


O MAR É MINHA HORA
Letra: Tiago Torres da Silva/ Música: Olivia Byington

Intérprete: Olivia Byington


Os beijos que nóis troquemo
Ninguém os pode apagar
Nem os deuses nem o demo
Só o mar

Os peixe que nóis comemo
Ninguém nos pode tirar
Nem igreja nem governo
Só o mar

O mar é minha hora, é minha oração
É o meu descanso, a minha canção
O mar é sol, é solidão
É o meu campo, o meu campeão
O mar é moça e emoção

A vida que nóis lutemo
Ninguém nos pode ajudar
Nem os vento nem os remo
Só o mar

A noite que nóis se ama
Ninguém apaga o luar
E nóis não quer outra cama
Só o mar

O mar é minha hora...

De manhã quando acordemo
Ninguém me faz levantar
Muié ou filhos piqueno
Só o mar

Olhando a eternidade
Quando a morte me levar
Ninguém me deixa saudade
Só o mar

O mar é minha hora...

Eu nunca fui à Bahia

EU NUNCA FUI À BAHIA
Letra: Tiago Torres da Silva/ Música:Olivia Byington

Intérprete: Olivia Byington

Eu nunca fui à Bahia
Mas um dia eu irei lá
Dia dois de Fevereiro
Pra pedir a Iemanjá
Que de manhã cedo
Quando não houver ninguém
Ela me conte o segredo
Que só a Bahia tem

Ela convida a entrar
Na Lagoa do Abaeté
Mas como eu não sei nadar
Eu não sei se perco o pé
Só me atrevo a mergulhar
Pela mão de Oxumaré

Quando a gente vai de tarde
Visitar Itapoã
Enfrentando a tempestade
Que há nos olhos de Iansã
Se você sentir saudade
pode voltar amanhã

Se você não sentir medo
Talvez fique a morar lá
É na ponta do seu dedo
Que vive cada orixá
E não há nenhum segredo
O segredo é Iemanjá

Mãe Quelé


MÃE QUELÉ
Letra: Tiago Torres da Silva/ Música: Olivia Byington

Intérprete: Maria Bethânia e Olivia Byington

Mãe Quelé
Coração de jacarandá
Águas do Abaeté
Pedra-erê
Pedra-sabiá

Comadre dos ventos
Madrinha dos bichos
Negra Bethânia com riso de flor
Rainha da lava
Irmã do abismo
África à vista do Arpoador

Àfrica-pé
Batendo no chão
África-fé
Num samba oração
África é
Uma assombração
De candomblé
Na palma da mão

Mãe Quelé
Coração de jacarandá
Águas do Abaeté
Pedra-erê
Pedra-sabiá

Iansã te proteja
Senhora das chuvas
Que caem musguentas no eco da voz
Esposa do tempo
Noiva de São Jorge
Amada misseira que reza por nós

Leva valenças
Pelo mundo afora
Canta incelenças
Minha senhora
Música benta
Música banta
Odóia se inventa
Quando Quelé canta

Mãe Quelé
Coração de jacarandá
Águas do Abaeté
Pedra-erê
Pedra-sabiá

Na cor do teu canto
Cedo descobrimos
Que somos canções, feitiços, sonetos
Mulatos no samba, nas tuas corimas
Rezamos... sabemos sermos todos pretos

Tenho no peito
Uma platéia
Um show desfeito
Uma idéia
Que tem um jeito
De preta véia
Que tem um jeito
De preta véia

Por dentro das canções



POR DENTRO DAS CANÇÕES
Letra:Tiago Torres da Silva/ Música: Olivia Byington
.
Dentro do bolso da blusa
Tem um encontro marcado
Escrito com letra confusa
E os restos de um baseado
Um chaveiro que me acusa
Um ingresso desbotado
Pra ver um show do Cazuza
A cantar exagerado

Dentro da minha sacola
Tem um pedaço de pão
A tampa da coca-cola
A corda do violão
Com que eu dei um show de bola
Ao tocar uma canção
Que o Paulinho da Viola
Dançava na solidão

Dentro das minhas mil almas
Onde nasce cada som
Só posso ouvir minhas palmas
Prás canções que ouvi do Tom

No bolso da calça jeans
Uma nota amarrotada
Um cheiro de botequins
Um resto de maderugada
Uma canção de Ivan Lins
A falar prá namorada
De amor e coisas afins
E depois não tem mais nada

Dentro do meu riso aberto
Fiz em sapê uma esteira
Prá hora em que me desperto
Amando à minha maneira
Aquele momento incerto
Em que abraço a noite inteira
Numa canção do Roberto
Que não dá pra saideira

Dentro das minhas mil almas...

Na ponta dos pés


NA PONTA DOS PÉS
Letra: Tiago Torres da Silva/ Música: Olivia Byington

Intérprete: Olivia Byington e Seu Jorge

Quero fazer um samba caprichado
Prá Nega Fulô cantar
Com o olhar magoado
De quem conhece o cerrado
Mas nunca caiu no mar

Quero cantar um poema
Com gosto de tamarindo
Sobre a Cabocla Jurema
Descobrindo em Ipanema
O jeito que o samba é lindo

É um samba que se embala
Nos requebros de uma onda
Que me embala, que se cala
Pra que outra onda responda
É um samba que balança
No gingado das marés
E quando o mar avança
A gente dança
Na ponta dos pés

Quero fazer um samba apaixonado
Com a benção de Xangô
Um samba sem mau olhado
Que me faça namorado
Da minha Nega Fulô

Vejo o a luz dos olhos dela
E me pergunto até quando
É que a luz daquela vela
Ao brilhar nos olhos dela
Vai seguir me alumiando

É um samba que se embala...

Avé Lua

AVÉ LUA
Letra: Tiago Torres da Silva/Música: Pilar Homem de Melo

Intérprete: Pilar Homem de Melo no cd "Põe um bocadinho mais alto"

sem conseguir dormir na escuridão
por baixo do lençol
pressinto que basta estender a mão
para tocar o sol

então uma lua dançarina
dentro de mim dança
a noite ainda é uma menina
e eu uma criança

lua-nova avé
lua- mãe avé
lua-cheia avé
lua-lua

as noites que tu dormes ao meu lado
custa adormecê-las
que o meu quarto é todo um céu estrelado
e os teus olhos são estrelas

às vezes sinto tremer a janela
deixo-me dormir
sonho com a lua, sei que é ela
mas nunca vou abrir

lua-nova avé
lua- mãe avé
lua-cheia avé
lua-lua

Adormecer

ADORMECER
Letra: Tiago Torres da Silva/Música: Pilar Homem de Melo

Intérprete: Pilar homem de Melo no cd "Põe um bocadinho mais alto"

teu
minha
eu
para não seres sozinha

gente

mente
pra ninguém se sentir só

tanto
estrada
canto
para tu seres amada

chamo
ainda
amo
para tu ficares linda

vejo
esqueço
beijo
e depois adormeço

Se voares mais alto

SE VOARES MAIS ALTO
Letra: Tiago Torres da Silva/Música: Pilar Homem de Melo

Intérprete: Pilar Homem de Melo no cd "Põe um bocadinho mais alto"

acorda, não tenhas medo
eu também já acordei
teus sonhos são um segredo
que eu sonhei

vem dormir de olhos abertos
pra me poderes encontrar
nos sonhos semi-despertos
que eu sonhar

não corras, não te apresses
limpa as folhas do caminho
meu amor, vê se adormeces
devagarinho

que eu durmo no sobressalto
de que possas acordar
quando tu sonhares mais alto
eu vou voar

Luz acesa



LUZ ACESA
(Tiago Torres da Silva/Pilar Homem de Melo)

para o Caetano Veloso

Intérprete: Pilar Homem de Melo no cd "Põe um bocadinho mais alto"


para quem fecha a janela, eu sou a fresta
para quem esquece o segredo, eu sou o cofre
para quem quer ficar em casa, eu sou a festa
sou o medo, sou o medo pra quem sofre

para quem faz planos, tempestade
para quem guia depressa, sou a lomba
para quem quer sossego, sou cidade
mas para quem quer a paz, eu sou a bomba

mas se tu tens calor
eu sou piscina
água fresca
ventoinha
sou menina

para quem busca deus, sou uma seita
para quem compra prazer, HIV
sou a dúvida para quem tudo aaceita
sou alíngua estrangeira pra quem lê

para quem quer privacidade, sou a Caras
para quem vai ao cinema, sou o Expresso
o sinal vermelho quando tu não páras
para quem vai de férias, sou regresso

mas se tu tens pavor
sou quem te anima
luz acesa
que ilumina
sou menina

para quem sobe ao palco, sou uma branca
para quem sobe ao altar, sou amentira
para quem quer liberdade, sou atranca
para quem quer ser casto, pomba gira

para quem usa doping, sou cansaço
para quem quer descanso, má notícia
para quem só sá amão, eu dou o braço
para quem faz de conta, sou malícia

mas se tens uma dor
sou aspirina
água fresca
vitamina
sou menina

Na hora em que pedes bis

NA HORA EM QUE PEDES BIS
Letra: Tiago Torres da Silva/Música: Pilar Homem de Melo

Intérprete: Pilar Homem de Melo no cd "Põe um bocadinho mais alto"

tantas vezes pensei em te deixar
fiquei p’lo pensamento
que quando estou sem ti falta-me o ar
e tu pra mim és vento
a soprar no apartamento
e eu sozinha a pensar

mas um dia é de vez
mas umdia é demais
amanhã é talvez
amanhã é jamais

tantas vezes pensei em te ligar
não sei porque não o fiz
se a minha voz que é feita de cantar
só se sente feliz
na hora em que pedes bis
e eu volto a brilhar

mas um dia é de vez
mas um dia é demais
amanhã é talvez
amanhã é jamais